Proença-a-Velha recebeu este fim-de-semana a última edição do Festival do Fumeiro, já que o evento será realizado, no próximo ano, conjuntamente com o Festival do Azeite. “Este ano não vamos realizar o Festival do Azeite porque vamos agrupar este festival com o do Fumeiro nem Fevereiro do próximo ano e assim conseguir um Festival europeu”. A alteração foi revelada pelo presidente da Junta de Freguesia de Proença-a-Velha, Francisco Silva, no decorrer da 5ª edição do Festival do Fumeiro que juntou, no domingo, duas dezenas de expositores, oito dos quais de produtores de enchidos da Região. “Vale a pena apostar na nossa Cultura e é nisso que temos que investir”, entende o autarca local. A freguesia de Proença-a-Velha tem cerca de cinco produtores de enchidos.
Ao evento acorreram menos pessoas que era esperado, devido ao mau tempo, mas mesmo assim foram várias as dezenas que procuraram os produtos locais, não só enchidos, como azeite e doces tradicionais, reunidos no Núcleo de Azeite.
Francelina Madeira, veio do Sabugal e comercializa enchidos comprados directamente a produtor daquela Região da Beira Alta. “Não pensei sequer em não vir. As pessoas aqui da Idanha são formidáveis, gosto muito de cá vir”, diz-nos, num dia que “o negócio está muito fraquinho, mas isso acontece em todo o lado. As pessoas compram os enchidos nas grandes superfícies e depois o produtor, que até os faz com mais qualidade, é que sofre”. E acrescenta. “O Governo deveria fazer mais qualquer coisa para salvar a produção tradicional e não só exigir”.
De Proença-a-Velha, as vendedoras da Proenchido, de Maria José Pedreira, defendem a realização deste tipo de eventos. “Mesmo para a terra é importante”, dizem-nos.
“O Interior vê estas coisas como do dia a dia, mas aqueles que nunca viram o que se pode fazer de um porco (enchido), acham isto interessante e compram, que é o que também importa”, considera Álvaro Rocha, presidente da Câmara, que visitou no domingo o certame. Critico quanto ao “excesso de zelo” por parte das autoridades sanitárias, Álvaro Rocha diz que em Espanha não existe tanto zelo. “Vemos que do outro lado da fronteira, algumas práticas que não são consentidas em Portugal, são aplicadas lá. De qualquer maneira, acho que não é por isso que as tradições como esta vão acabar em Portugal”, diz.